1.11.10

Paraje Arevalo - Buenos Aires


Acho que este foi o último restaurante em que fizemos uma refeição antes que eu desistisse da minha lista. E também o mais controverso. Ele fica em Palermo Hollywood, consideravelmente afastado de onde estava hospedada. Saimos lá pelas dez e fomos ver o Shopping Abasto, quer dizer, fomos procurar algo que O. queria (e que não foi encontrado). Há um traslado gratuito, basta ligar para o número que consta no site do shopping e dizer o nome do hotel em que você está para que uma van vá buscá-lo. Como havia um papel com os dizeres "La proprina es apreciada" em um canto do veículo, demos uma gorjeta para o motorista.

O shopping estava vazio, não andamos muito lá dentro, mas li que ele era um antigo mercado que virou shopping após ser comprado pelo George Soros. Saímos de táxi e nos dirigimos para o restaurante, tinha feito reserva para o meio-dia, mas, como já escrevi, na primeira meia hora após a abertura, os restaurantes estão às moscas, o que torna as reservas supérfluas.

Falei qual era o endereço e o taxista foi seguindo por uma rua que cruzava com aquela onde o restaurante se localizava. Bastava seguir reto que íamos dar no restaurante, mas descobrimos que havia uma mudança de mão pelo caminho. Quando isso ocorreu, perguntei para o taxista se o restaurante ficava muito distante e ele fez um gesto aberto a muitas interpretações e que eu julguei ser "fica lá do outro lado do quarteirão", preferi descer ali e continuar andando, mas o que o homem não disse era que o "outro lado" era o outro lado de uma via férrea, de uma avenida e mais cinco quarteirões.

Deveria ter tido a presença de espírito de abrir o mapa e ver exatamente onde estávamos. Como não fiz isso, caminhamos e caminhamos debaixo do sol. Para completar, depois li que as autoridades não recomendavam que as pessoas atravessassem aquele trecho da via férrea e da avenida nem de dia nem de noite porque havia muitos roubos no local. o.O

Mais uma vez, éramos os primeiros fregueses. O Paraje Arevalo fica em uma esquina e tem o ambiente de um bistrô francês. Móveis com ar antigo, duas bicicletas "retrô" encostadas nas paredes e grandes janelas. Um ambiente bastante acolhedor e simpático. Eles servem menus com vários "passos", o de três, escolhido por nós, custava $ 70, uns R$ 30, e incluía entrada, principal e sobremesa. Há um outro menu com seis passos (se não me engano) que custava $ 100, mas achamos que não aguentariamos. Bebemos água.



Como couvert, havia pães fininhos e tostados e manteiga com azeite e sal, os pães fininhos depois foram substituídos por algo que parecia uma massa de pizza. Ambos estavam bons, bem quentinhos.

A entrada poderia ser uma salada com mussarela de búfala temperada com pesto, o que escolhemos, ou algo feito com ovos. Como prato principal, havia bucatini com molho à bolonhesa e bife de quadril (não sei a que corte corresponde aqui) e purê de abóbora, este foi o escolhido por mim, O. ficou com a massa.


De sobremesa, havia morangos com  granita de hortelã e um tipo de bolo mousse de chocolate. O. ficou com o primeiro e eu com o segundo.


É aqui que começa a controvérsia. A quantidade de comida é boa, não passamos fome. A salada estava gostosa, a carne estava com boa cocção (poderia até ser menos passada para mim). O. disse que a massa estava cozida no ponto certo. Mas sabe aquela história do "elefante que pariu um rato"? (Ou será que foi a montanha?). Sei que os pratos ficaram abaixo de nossas expectativas. Eles eram apenas corretos, sem mais.

O. não gostou da sobremesa, eram morangos fatiados com um tipo de "raspadinha", se não me engano, à base de hortelã com umas florezinhas. Meu bolo estava bom, mas poderia ser mais macio, com uma textura mais próxima à de uma mousse e também um pouco mais doce.

Tinha lido as críticas no Guia Óleo e elas eram muito variadas, vão desde os que adoram o lugar, a grande maioria, àqueles que o detestaram. Eu fico em um meio termo, mas acho que não voltaria a comer ali. Uma pessoa escreveu, indignada, que pediu o menu de seis passos e recebeu um pedaço de abóbora com uma fatia de queijo como entrada. Eu entendo o que o chef deseja oferecer, mas isso não funciona com todos.

Escolhi o lugar para ver qual era a do restaurante e também para conhecer aquele pedaço de Buenos Aires. O que achei? Vi pouco, atravessamos um pedaço de Palermo Soho de táxi e andamos por um pedaço de Palermo Hollywood. A parte de Parlemo mais afastada dos parques. A principal diferença com o resto da cidade é que não há prédios, ou muito poucos. É como se caminhássemos por um bairro tranquilo e arborizado onde há apenas casas. Aqui e ali havia alguns bares e restaurantes. Não sei se me hospedaria naquela área, talvez seja mais interessante para ir comer ou beber algo no final da tarde.

(Nota sobre o restaurante: pagamento só em dinheiro, há vários lugares que não aceitam cartão de crédito, informe-se antes).


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