Amanhecer dentro de um ônibus, tempo bom.
SP. Descobri que a Catedral da Sé pode ser vista do final da praça da Liberdade.
Itiriki. Suco de pobá. Uma nota falsa de R$20,00 no troco descoberta quando a puxei da carteira para pagar por um vidro de pimenta na Marukai. Voltei, mostrei a nota e a moça do caixa me deu outra.
Um rato morto ao lado da calçada. Ratazanaça.
Uma das garotas negras mais bonitas que já vi: cabelos esvoaçantes, pele de ébano, como diziam os poetas, e um Herman Hesse nas mãos.
Almoço corrido e divertido com pessoas queridas que finalmente se tornaram tridimensionais.
Anoitecer na cidade. Um oriental todo paramentado com chapéu de cozinheiro e avental sentado e fumando um cigarro na frente de um carrinho de comida, ninguém por perto para pedir um prato de yakisoba, que parecia ser a sua especialidade. Passo ao seu lado e sigo em frente na rua deserta.
Um homem dormindo na frente de uma loja fechada. Coberto por plástico e com tudo o que recolheu nas ruas bem junto a si. Isso sempre parte meu coração, sei que é inútil sentir pena, raiva, vergonha e não fazer nada, mas me falta coragem para mais.
Enfim, um dia cheio de coisas ordinárias e extraordinárias.